segunda-feira, 27 de abril de 2015

Palestra em Valinhos - SP

Boa tarde, seguidores do blog!

Na semana do dia 13 ao dia 16 de abril aconteceu o VIII Encontro de Educação Musical do Instituto de Artes, na Unicamp, em Campinas, SP, no qual eu estive presente, apresentando uma comunicação oral com minha amiga e ex aluna Cássia Pinto Ávila, sobre música e autismo, e mostrando também uma prática pedagógica de improvisação ao piano com aluna de 8 anos de idade, via vídeo comentado (experiência muito válida para o Encontro e para mim, por sinal!). 

Durante a semana do Encontro, fui convidada a ministrar uma palestra sobre o meu pensamento em educação musical na cidade de Valinhos, bem pertinho de Campinas. Lá eu aproveitei e vendi livros (sempre, claro!). Falei para professores de música, dança, teatro. Sempre é uma experiência gratificante! E sobre o que falei? Aah, falei sobre a necessidade de sermos reflexivos quando nos destinamos a ensinar algo a alguém. Que é preciso se permitir errar, para poder mudar os rumos da sua docência e intentar sempre uma educação de qualidade para o seu aluno. Afinal, você deve sempre se perguntar: "eu gostaria de ser meu aluno?"...

Abaixo, fotos desta semana, que teve muitos encontros com amigos, fãs (rsrsrs), alunos, ex alunos...Deu saudade!!! Mas eu volto!!!








domingo, 5 de abril de 2015

Competências no ensino de música

Pessoal! O tema "Competências" sempre me chamou a atenção em Psicologia Cognitiva e, claro, em Educação Musical. Estudo o assunto desde 2007, mas em 2011 tive acesso à obra de Josep Lluís Zaragozà (2009), que trata do assunto especificamente na educação musical (um presente para mim, diga-se de passagem!). Entrei em contato com o autor, que acabou por me enviar vários livros em espanhol sobre Educação Musical reflexiva, e também vários de seus artigos (alguns, publicados pela Revista Eufonía, da Editorial Graó, já esgotados). 

Um dos frutos de meus estudos é este texto, que montei para o curso de Didática Reflexiva da Música: aliando PNL e competências na educação musical, que nunca chegou a acontecer...

Espero que, mesmo sintético como o escrevi, lhe seja útil!

Abçs!!


O que são competências?

·         “Capacidade de mobilizar diversos recursos cognitivos para enfrentar um tipo de situações.” (Perrenoud, 2000, p. 15):
 Elas não são saberes, na verdade, savoir-faire ou atitudes, mas mobilizam, integram e orquestram tais recursos
 Essa mobilização se faz presente em uma situação, sendo cada situação singular, por mais parecida que seja com outra
O exercício de competências passa por operações mentais complexas, subentendidas como esquemas de pensamento, que permitem determinar (mais ou menos consciente e rapidamente) e realizar (de modo mais ou menos eficaz) uma ação relativamente adaptada à situação

Competências são construídas e, portanto, aprendidas!



  
 O que é educar por competências?
·         É lidar com um ambiente instável de aprendizagem, uma vez que deve-se considerar o pensamento e ação situados, que são singulares
·         É formar pessoas para que, além dos saberes adquiridos, saibam utilizá-los de modo integrado e orquestrado em ações diversas
·         É compreender que cada ação, mesmo idêntica a outra, requer atitudes personalizadas
·         É formar pessoas cognitivamente autônomas


O profissional competente tem “olho nas costas”: apreende o essencial de várias cenas paralelas (PERRENOUD, 2000, p. 16)


Vocação para ensinar
Vocação --> origina-se do verbo latino vocare, que significa chamar. Outros significados remetem a predestinação, desígnio, escolha. Portanto, a vocação aproxima-se de dom, talento, missão. Assume, em certo sentido, um aspecto espiritual.
Portanto:
·         Vocação requer compromisso, dedicação, preocupação com o outro.
·        Volta-se para o contato, para as relações, para a educação (formar seres humanos)

Vocação é necessária, mas não é suficiente --> ela é via para a formação docente e para a competência didática. Ela não garante o bom profissional.

Competências para ensinar
Em Educação --> manifestam-se diante de situações complexas, imprevisíveis, mutáveis e sempre ajustáveis (Boterf, 2003; Perrenoud, 2000, 2001, 2005, apud  DIAS, 2010, p. 74).



Hoje em dia, quando se fala em formar/educar por competências, consideram-se os seguintes parâmetros:


Competências afetivas da docência
·         A natureza da música é afetiva e emocional. Mas, quando se ensina, recai sobre:

Saber escutar e saber fazer música --> mas vínculos afetivos possibilitam criar condições favoráveis ao desempenho das atividades, mantê-las e finalizá-las de modo a configurarem-se efetivas.

·         Por outro lado, a afetividade:
Saber interagir a vínculos afetivos estreitam relações humanas (metacompetências).

O que é metacompetência? A metacompetência é a característica que faz os profissionais tornarem-se essenciais em suas funções, e insuperáveis naquilo que fazem.

Diferem-se da competência porque trazem a marca individual da pessoa.
Condições (CHARAUDEAU, apud Castellà y otros, 2007, p. 61, apud ZARAGOZÀ, 2009, p. 124):
·         Pedir a palavra e expressar-se corretamente (saber falar)
·         Compreender pontos de vista alheios (saber ouvir)
·         Promover bom ambiente da sala de aula como condição para o trabalho (saber ser)
·         Respeitar o tempo de aprendizagem do aluno (saber sentir)


Perfil das competências docentes

Competência epistemológica: saber o QUE e COMO ensinar
Competência psicopedagógica: saber COMO criar as condições
Competência vicária: saber ENSINAR A APRENDER e TRANSMITIR musicalidade
Competência heurística: saber FAZER/PRODUZIR na ação


Ensino musical por meio do desenvolvimento de competências musicais

Ensinar música baseando-se em competências projeta o ensino para além da “passagem de conteúdos” aos alunos:

·         O caminho para isso é variar, o máximo possível, a abordagem de um conteúdo (repetir sem repetir)
·         Ensinar o aluno a lidar com possibilidades (ensinar a ser flexível)
·         Aulas de música não podem ser um desfile de atividades, um city tour pela música; devem trabalhar com a interconexão de saberes, o diálogo verbal durante e após as atividades (reflexão na ação, sobre a ação e sobre a reflexão na ação)
·         Aulas de música baseadas apenas em atividades com parâmetros do som (timbre, intensidade, altura e duração) não desenvolvem competências!
·         Composição, apreciação e performance são janelas pelas quais competências são evidenciadas e construídas
·         Integrar os elementos da linguagem musical ao máximo, evitando o pensamento cartesiano
·         Aprende-se melhor aquilo sobre o qual se discute, se reflete
·         Ler e escrever música não deve ser encarado como sinônimo de saber e aprender música
·         Partir do intuitivo ao analítico, e não o contrário
·         Práticas precisam ser interconectadas
·         Trata a musicalidade como algo inato
·         Música para todos e com todos!!
·         Competência afetiva é a ignição do aprendizado!



Definição de um corpo de competências musicais a serem desenvolvidas no âmbito escolar

As competências musicais definidas em Zaragozà (2009, tradução minha) são:

1)    Competência perceptiva: Revela-se pela capacidade de ser consciente e experimentar, por vontade própria, ou como resposta a um dado contexto de escuta, diferentes níveis de percepção musical, desde o puramente sensorial (música de fundo), passando pela escuta emocional (evocação de imagens, pensamentos, sentimentos ou audição sinestésica que a música pode suscitar) e a escuta analítica (compreensão do discurso musical). Um bom ouvinte sabe que sua habilidade, quando exercitada, lhe exige uma atitude ativa diante da música e um conhecimento dos diversos contextos nos quais pode-se dar a percepção musical. Portanto, o autoconhecimento das prestações cognitivas próprias (metacognição) lhe permitirá ativar os processos de atenção necessários para extrair a máxima informação e satisfação do ato de escutar, adaptando-se às circunstâncias do formato dado.

2)    Competência Criativa: Na atualidade, existem inúmeros recursos TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação) que permitem exercitar a competência criativa musical sem tem, necessariamente, amplos conhecimentos musicais. Essas tecnologias facilitam o acesso à criatividade musical e à interdisciplinaridade artística, de maneira que as pessoas mais sensíveis e ansiosas podem dar vazão às suas necessidades expressivo-criativas. Esta competência também se demonstra através do uso de instrumentos tradicionais e materiais diversos para criar música como um fim em si mesma ou como parte de um projeto artístico interdisciplinar.

3)    Competência expressiva/interpretativa: Uma pessoa competente na expressão musical será aquela que saiba cantar, seja fazendo parte de um grupo coral, instrumental, misto ou cantando sozinho. Também é expressivamente competente se sabe dançar e sincronizar o movimento com outros intérpretes e sabe utilizar um instrumento musical para interpretar melodias ou acompanhamentos com domínio técnico aceitável, seja lendo partituras musicais em formato convencional ou não convencional ou interpretando de ouvido.

4)    Competência musicológica: É a capacidade de conceituar a terminologia musical, identificando, compreendendo, relacionando e transferindo todos aqueles conhecimentos declarativos que constituem os materiais de que utiliza o discurso musical. Deste modo, estes conhecimentos se tornam instrumentos para enriquecer os processos expressivos e perceptivos que se dão no ato de interpretar, criar e escutar música. O que podemos fazer com a música além de escutá-la, interpretá-la ou criá-la?  Podemos falar dela, do que nos sugere ou emociona, de seu significado, de seu estilo, de sua estrutura, de tudo aquilo a respeito da música que as palavras podem expressar. Neste caso, as palavras denotam os conhecimentos que possuímos para alcançar níveis mais elevados de compreensão musical.

5)    Competência instrumental (axiológica e cognitiva): Por um lado, é a capacidade de aplicar e outorgar valores e atitudes que favoreçam contextos sociais positivos através da música. Por outro, é a capacidade de tomar consciência das possibilidades de transferência que desenvolve a escuta e a prática musical no tocante às habilidades do pensamento global e sequencial e outras habilidades cognitivas descritas anteriormente.

Porém, enxergo um conjunto de especificidades nas Competências Perceptiva, Criativa e Expressiva/Interpretativa que gostaria de assinalá-las:

1)    Competência Perceptiva: trata de todo tipo de percepção necessária à compreensão do discurso musical. Ela é requerida no desenvolvimento de outras competências, especialmente a Criativa, a Expressiva/Interpretativa e a Musicológica.  Como ela pode se apresentar:
ü  Ligada à formação/dedução de padrões musicais (rítmicos, melódicos, harmônicos, estruturais, timbrísticos, estilísticos, expressivos)
ü  Tais padrões apresentam-se por repetição, semelhança, contraste, variação, regularidade, irregularidade, por exemplo
ü  Como competência, não se reduz à identificação de alturas, timbres, durações e intensidades, mas COMO esses elementos se apresentam na música sob a forma de padrões (descritos acima)
ü  Inicialmente de modo intuitivo, oferece as bases para a Competência Criativa, o que explica o fato de uma pessoa que nunca estudou música poder inventá-la

2)    Competência Criativa: trata não somente da criação, em si, mas de todo componente envolvido no ato criativo, desde a seleção dos materiais musicais, o processo de elaboração e construção de ideias musicais com eles, ou seja, o seu tratamento, até o produto final, a performance. Como ela pode se apresentar:
ü  A percepção intuitiva, inicialmente, dos elementos com os quais se faz música (descritos na competência perceptiva) possibilita que qualquer pessoa crie música. Dê dois sons a uma pessoa e veja o que ela é capaz de criar com eles!
ü  A internalização dos elementos musicais possibilita fazer escolhas conscientes de materiais musicais e maneiras de criar padrões com eles
ü  O tratamento do material musical escolhido tende, com a prática sistematicamente orientada, a se tornar consciente a ponto de a pessoa poder controlar variações mínimas de expressão, desenvolvendo a interpretação musical
ü  A internalização dos padrões musicais permite alcançar níveis cada vez mais elaborados e refinados de criação, que possibilitam à pessoa desenvolver um estilo criativo próprio e a capacidade de contextualizar sua criação num âmbito musicológico (significados, estilos, história, conceitos, por exemplo)
ü  Revela-se na capacidade de jogar imaginativamente com as possibilidades musicais (mobilizar a competência perceptiva e expressiva), tanto para criar música quanto para expressá-la/ interpretá-la

3)    Competência Expressiva/Interpretativa: trata da expressão e da interpretação partindo do puramente intuitivo até a capacidade de relacionar as escolhas expressivas/interpretativas com estilo, significado, harmonia, estrutura, história, por exemplo. Como ela pode se apresentar:
ü  Ligada aos elementos apontados na Competência Perceptiva, primeiramente revela-se na capacidade de a pessoa utilizar os gestos físicos de modo assistemático para articular esses elementos e expressar musicalidade
ü  Processualmente, requer mobilização dos saberes envolvendo os elementos perceptivos de modo a gerar expressividade consciente (controle)
ü  Revela-se na noção de estilo, caráter, andamento, por exemplo, ao interpretar música própria ou de outrem
ü  Revela-se na consciência da relação entre gesto motor e sonoridade, que é a responsável pela expressividade e, consequentemente, pela interpretação


Dinamização de conteúdos, objetivos e competências no currículo

De acordo com Zaragozà (2009), um planejamento da programação curricular por competências pode ser entendido por 2 eixos:

1)    Eixo organizador baseado nas competências, das quais se derivam as propostas de aprendizagem dos conteúdos curriculares. É típica das propostas baseadas em projetos interdisciplinares. As competências, nesse caso, determinam a configuração dos conteúdos a serem trabalhados. 


1)    Eixo organizador baseado nos conteúdos: estes criam vínculos entre si, até o desenvolvimento de competências.


Em ambos os casos:
·         Pode-se criar contextos funcionais de aprendizagem para o desenvolvimento de competências
·         Isso é possível porque o que importa é que os alunos consigam apreender, compreender, transferir e integrar o que aprenderem em aula, sendo capazes de utilizar este aprendizado fora dela quando o contexto solicitar
·         O eixo organizador deve ser pensado sempre de modo rizomático: integração entre conteúdos e competências não é linear e se ampara na relação currículo, eixo, prática
·         A condução didática, portanto, é condição para o desenvolvimento de competências, não o eixo organizador!
·         Na condução didática, ensinar por competências requer comprometimento e vocação docentes, de modo a promover o desenvolvimento das competências cognitivas e afetivas dos alunos
·         Tais competências são mobilizadas e construídas por meio do saber, saber fazer, saber proceder e saber ser
·         A gerência do processo de aprendizagem por competências, portanto, é feita pela reflexão


Trilha da Música: orientações pedagógicas (de Cecília Cavalieri França)

Gente,

Minha ex orientadora e amiga, Cecília Cavalieiri França, divulgou nas redes sociais um precioso trabalho de orientação pedagógica aos educadores musicais. Eu compartilhei esta publicação no facebook, mas a compartilho aqui no blog, também.

Clique aqui para ter acesso ao trabalho: Trilha da Música - orientações pedagógicas




Minhas publicações? Você encontra-as reunidas no Academia.edu

Boa tarde!!

Escrevemos artigos e livros para serem publicados e, portanto, compartilhados, não é mesmo?

No meu perfil no Academia.edu você encontra, reunidos, todos os artigos que publiquei, caso tenha interesse. A lista atual é esta (05/04/2015): 

Caminhando na Lua: recursos didáticos aplicados à iniciação ao piano

Pessoal!!

Aqui no blog, em 2012, eu publiquei um texto a respeito de como a composição pode ensinar os alunos (A Composição pode ensinar, você sabia?)

Em 2014, eu e o prof. Marçal Castellão, após algumas pesquisas, realizamos uma comunicação oral no X Simcam, em Campinas, que foi publicada em forma de texto escrito, nos Anais do Simpósio.

O texto integral você tem acesso por meio do meu perfil no Academia.edu, clicando aqui.

Continuamos acreditando que o ensino do piano não pode se resumir em aprender a ler as partituras, e que estamos tocando piano e fazendo música simplesmente porque conseguimos ler bem todas as notas que estão à frente de nossos olhos! Seria uma visão muito medíocre do aprendizado musical instrumental.

O artigo mostra, com simplicidade, o que acreditamos ser "fazer música", aprender a tocar um instrumento, apontando os valores pedagógicos da composição e invertendo o processo da leitura, ou seja, ao ensinar o aluno a escrever suas próprias composições e aquelas que ele aprende de ouvido, estamos oferecendo a ele a oportunidade de construir um aprendizado musical, ao forçá-lo a recuperar estruturas mentais relativas à tudo que concerne ao que chamamos "leitura": memória, sentido de frase, construções gestálticas (padrões), simetria (ou não), automatismo de notas, sentido do movimento sonoro, escuta interna, para não citar outros...

Ler não é somente decodificar códigos musicais, mas atribuir um sentido a eles (e é por isto, então, que conseguimos ler,e não o inverso!). É nisto que eu e o prof. Marçal acreditamos. 

Espero que o artigo lhes seja útil ou desperte em você a noção do que defendemos em aula de instrumento para, principalmente, iniciantes.

Oficina às escuras - Construção Musical, Unincor, 2013

Genteee!!! A experiência desta oficina foi única, para mim e para os alunos!!

Em outubro de 2013, durante a Jornada Acadêmica da Unincor, promovida pelos cursos de Pedagogia e Música a distância, me ofereci para realizar uma oficina com os alunos da Pedagogia e da Música. É claro que as oficinas foram diferentes, pois no curso de Pedagogia, não se espera que os alunos tenham conhecimentos musicais. Assim, realizei um trabalho de corpo e voz com eles, que por sinal, foi muito bem aceito pelos alunos (o que me deixa muito feliz, com sensação de ter oferecido algo realmente útil a eles). 

No curso de Música,  tomei como base a música "Sigma", do grupo "Secret Garden", originalmente composta para solo infantil masculino e coro adulto. O original, você pode assistir abaixo: 



A letra cantada em Sigma está em irlandês. Criei uma letra em português, e decidi montar um arranjo coral para os alunos do curso de música que partisse, desde o solo, em uníssono, até uma grade a 3 vozes. Como a melodia é construída basicamente sobre uma única nota, minha intenção era ir mostrando como a elaboração harmônica pode revelar novas estruturas sobre esta melodia. Comecei harmonizando com I e V graus, depois incluindo o IV, depois somando notas intermediárias a estas vozes (preenchendo os acordes) e, por fim, utilizando outras subdominantes do tom e incluindo notas de passagem nos acordes.

O nome "Oficina às escuras" foi dado pelos alunos, pois logo no começo, a luz se apagou, e o projetor multimídia, de onde partia a partitura com as vozes para leitura do arranjo pelos quase (ou mais) 100 alunos presentes, desligou.

Eu tive que improvisar. E como! Toda a dinâmica que preparei sob o auxílio da leitura seria, então, triplicado em tempo sem ela! Ensinar de ouvido me tomaria muito tempo, mas era o único recurso de que eu dispunha. Eu tive que mudar a didática e a maneira como pensei em construir o arranjo.

Mas acredito que funcionou, pois recebi muitos agradecimentos dos alunos, pelo facebook, na semana seguinte. À medida que fomos incrementando o arranjo, pela inserção de vozes e novas funções harmônicas, a melodia de uma única nota foi ganhando um colorido especial, que foi, claro, abrilhantado pela interpretação dos quase 100 alunos cantando em conjunto, evidenciando pianos, fortes, crescendos, diminuendos, e uma atmosfera encantadora do bloco harmônico que, muitas vezes, me deixou arrepiada e que demonstrei sem hesitar no vídeo (sempre sou muito transparente nas coisas que sinto...).

O resultado? Você pode conferir pessoalmente. Não sou regente, aviso já! Rejo intuitivamente, e principalmente, com o coração. Mas tenho na mente tudo que quero ouvir, e com base nisto, acabo me virando e descobrindo as formas para que isto se revele em gestos sonoros-musicais.

Eis o vídeo da oficina: 







Palestra: "Reflexão e Flexibilidade", Unincor, 2014

Olá, pessoal!

No ano de 2014, em outubro, realizei uma palestra na Unincor, sede Três Corações, onde trabalho, durante a Jornada Acadêmica que envolve os curso de Pedagogia e Música a distância.

Nesta palestra, abordei a pesquisa acadêmica, não pelo viés de suas regras e métodos, mas pelo viés filosófico que está por trás da reflexão, tão necessária em pesquisa!...

Utilizei como base para a palestra minha própria experiência em pesquisa durante o Mestrado em Música na UFMG (2009), que resultou na dissertação e livro, já compartilhados aqui no blog. Em tom descontraído, mostrei o antes, durante e o depois de submeter-me à pesquisa - a minha, em particular, essencialmente filosófica e reflexiva!. 

Espero que apreciem o vídeo!